quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Mas Vó...

Isso nem é tanto uma divagação, é na verdade é golpe da verdade... dura verdade...

"Mas vó o mundo anda cheio de cabra safado
Tirador de onda, atrasador de lado
Com sede de sangue, fama e poder
Em vez de ajudar ele atrapalha você
Assim que a gente cai
E pede pra ajudar
Ele te estende a mão
Só pra empurrar!
Com sede de sangue, fama e poder
Em vez de ajudar ele atrapalha

Mas muleque fique esperto
Não vá se igualar
Essa gente tão perversa pode te contaminar
E essa maldade te fazer ruim
Cuidado fique esperto
Que ainda não chegou no fim."

O Muro


A mudança surge como um muro quase intransponível, acredito que sou capaz de alcançá-lo, porém, antes de tentar, procuro saber de outros que estiveram do outro lado, como foi a travessia de cada um.

Mais confuso não poderia ser.

Cada um pulou o atravessou de um jeito e dessa travessia alguns obtiveram cicatrizes, outros pularam o muro e caíram dentro de um caixote claustrofóbico, pra outros foi como voltar ao jardim do Éden, com direito a provar do fruto proibido... pra outros foi uma simples pulada de cerca e outros nada me relataram de extravagante, sequer notaram o muro.

Depois de tantos relatos e estórias cheguei a uma conclusão do que vou encontrar além do muro:

Só vou saber depois de transpô-lo!


Januária, 09 de novembro de 2010

quarta-feira, 29 de setembro de 2010

"Mas a dúvida é o preço da pureza"

"parte de nossa neurose é o desejo onipotente de ter os nossos bolsos cheios de verdades e certezas"

Hoje, dois divagadores em uma só tacada, divagando em direção ao mesmo ponto em comum.

sábado, 25 de setembro de 2010

Mais do Que Isso


Menininho_de_boné_amarelo: To com fome...
Anônimo_Incógnito: Acabaram as jujubas de novo...?
Menininho_de_boné_amarelo: To com fome de viver...
Anônimo_Incógnito: ...?!
Menininho_de_boné_amarelo: A vida tem que ser mais que isso, tio Anônimo!
Anônimo_Incógnito: Isso o quê...?
Menininho_de_boné_amarelo: Comer, dormir, escola, revista Capricho, Twitter, pulseirinhas do sexo...
Anônimo_Incógnito: É, definitivamente tem que ser mais do que isso...
Menininho_de_boné_amarelo: Preciso de algo que me tire desse marasmo, dessa inércia, dessa vida onde a maior perspectiva é a evolução do meu pokemon. Preciso de algo que arrebate meu coração!
Anônimo_Incógnito: Ah, começo a desconfiar sobre o que se trata esse "algo"...
Menininho_de_boné_amarelo: ?!
Anônimo_Incógnito: O nome disso é amor...
Menininho_de_boné_amarelo: ...
Anônimo_Incógnito: Sabe como se consegue um...?
Menininho_de_boné_amarelo: Arrebentando a pulseirinha vermelha?
Anônimo_Incógnito: É um pouco mais complexo que isso...
Menininho_de_boné_amarelo: Mais complexo que arrebentar uma pulseirinha?
Anônimo_Incógnito: Vejamos...
Menininho_de_boné_amarelo: ...
Anônimo_Incógnito: Imagine algo sem definição satisfatória que te redefine por completo só por você acreditar que exista, seja e é, ainda que não haja nada em sua essência que possa ser determinado, do qual tudo que se sabe é que é o algo maior de tudo que há, se é que é possível ser... sendo nada mais que uma miragem até que se prove o contrário, durando para sempre num mundo onde tudo ruma para o fim...
Menininho_de_boné_amarelo: ...
Anônimo_Incógnito: Pois é...
Menininho_de_boné_amarelo: Tudo bem, eu aprendo como conseguir um desses.
Anônimo_Incógnito: Acha que consegue...?
Menininho_de_boné_amarelo: Sim, sim! Eu consigo!
Anônimo_Incógnito: Muito bem...
Menininho_de_boné_amarelo: ...
Anônimo_Incógnito: Então depois você me ensina...
Menininho_de_boné_amarelo: ?
Anônimo_Incógnito: Porque eu já arrebentei pulseirinha de tudo quanto é cor nessa vida e não ganhei sequer um cafuné decente...

Retirado do Blog Anônimo Incógnito, que acompanho tem algum tempo e recomendo muito, pricinpalmente àqueles que ainda acreditam no potencial modificador do ser humano.

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

ROCK PAI POP FILHO

Foi o rock que arrombou a porta e por essa picada aberta agora desfila um teatro de horrores sem estofo e a serviço de uma triste ideologia

O rock surge na década de 50, depois da Segunda Guerra, em meio à desolação do mundo e à necessidade de recriá-lo. O rock vem com a força de um furacão e mexe de forma definitiva no comportamento das pessoas e com a indústria cultural como nunca dantes visto. É transgressor, subversivo, questionador, abusado, rompe com valores estabelecidos, afronta a caretice vigente. A eclosão do rock coincide com o surgimento da televisão e é a pedra filosofal do que se conhecerá adiante como cultura pop.

Chego então aos tempos de hoje. Para constatar como a cultura pop, criada a partir do advento do rock’n’roll, foi-se diluindo, diluindo até chegar a um ponto que equivale à sua própria negação. “O que ontem era novo, hoje é antigo”, já atestava o poeta Belchior nos anos 70. Seu verso poderia ­derivar para “o que era transgressor hoje é careta”, tamanha a inversão de valores que há no mundo atualmente.


Pois o “Big Brother” e todos os sórdidos reality shows que infestam a tela da tevê, a publicidade cínica vestida de rebeldia cosmética, o circo do show biz e seu ridículo manual de atitudes, a pândega vale-tudo dos programas de humor, o rock programático e meloso das bandas emo, tudo que existe de mais acintosamente anti-rock’n’roll no mundo hoje é, por incrível que pareça, cria do rock. Foi o rock que arrombou a porta e por essa picada aberta agora desfila um teatro de horrores sem estofo e a serviço de uma triste ideologia: o benefício próprio, o enriquecimento fácil, o culto à fama mais que ao trabalho, a desmoralização de toda e qualquer virtude, o desprezo pelo passado e pela memória e o hedonismo mais perverso e sem charme de todas as eras. Se o rock lutava contra o estado de coisas do seu tempo, seus herdeiros lutam para manter as coisas como estão.

Caos x cosmo
Os místicos creem que após todo caos surge um cosmo, como os historiadores sabem que após toda idade de trevas surge uma nova era luminosa. Nunca porém o mundo ­esteve envolto nesta névoa de instantaneidade e fugacidade que a tecnologia digital nos trouxe. Em nenhuma outra ­época a ditadura do presente e a conectividade foram tão valorizadas como agora, por um motivo talvez banal: há ­ferramentas para isso. “Se há ferramentas, por que não ­usá-las?” – perguntam-se todos.

Conheço umas três ou quatro pessoas que optaram por não ter celular. Engana-se quem pensa que vivem no mato, como ermitões em busca da paz e da sabedoria perdidas. Não, são pessoas urbanas, ativas e ligadas à comunicação. Não têm celular para não perderem outra conexão, mais cara a elas: a conexão consigo próprias.

O mundo hoje é pura evasão. Não à toa, há um boom ­notável no turismo internacional. A arte aspira ser só entretenimento. E a informação transformada em espetáculo. Mesmo territórios quase sagrados, como a literatura, agora vivem no fio da navalha. Recentemente foi publicada bombástica notícia. Dois adolescentes adaptaram clássicos da literatura universal para o Twitter. Ou seja, transformaram a literatura no oposto do que ela pretende ser. O que era fruição lenta, reflexiva, prazerosa e gratuita, agora é expressa, rasa e a serviço da performance, do tipo “ganha quem ler mais!”...

O mundo futuro será alimentado de informações segundo a segundo. Eventos interativos a todo instante. Tudo dividido entre todos os mortais. Menos o dinheiro, o afeto e o respeito.


Com esse texto, que infelizmente não fui eu que escrevi, eu "inauguro" uma sessão onde postarei textos de divagadores, contendo frases, crônicas ou qualquer manifestação que eu veja por aí e goste, na verdade já tenho alguns separados, mas preferi inaugurar com ele o grande Zeca Baleiro.

segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Gabarito

Januária, 23 de agosto de 2010, após uma tarde de conversas acaloradas...

Acho engraçado toda vez que vou ao médico, ou algum lugar que me faça esperar tempo suficiente pro desespero me mandar ler o que vier pela frente, e nessas horas sempre me deparo com aquelas revistas femininas (normalmente edições do ano passado) tão famosas por serem detentoras das mais diversas verdades absolutas, como: “A majestosa dieta do Pula: um dia da semana você come, os outros você pula, resultado em até 30 dias”, ou então “Cinco dicas fenomenais pra manter os cabelos macios e sedosos durante suas férias na praia de Copacabana” e a mais clichê de todas “O que os homens realmente querem das mulheres: abandone seu jeito de ser e conquiste o gato dos seus sonhos.”
A graça que vejo na cena não é pelas manchetes, tá certo, das manchetes também acho graça, mas sim pelo processo que começa a se desencadear na cabeça delas. Como reage uma mulher diante de tais “verdades absolutas”?

O melhor de tudo foi que hoje pude parar de imaginar como isso acontece e pude presenciar na prática:
Minhas colegas estavam falando sobre o “homem perfeito”, utilizando como alicerce da conversa uma dessas tais revistas, besta que sou, fui tentar defender a classe dos não perfeitos, de nós, homens mortais. Quando me dei conta, estava no meio de uma confusão. Eu contra elas e não dando o braço a torcer aos padrões definidos pela revista como o homem dos sonhos, enquanto elas tentavam me convencer de que meu pensamento estava errado. A conversa não deu em nada, afinal de contas a meu favor eu só tinha a mim mesmo, ou seja, nada muito convincente.

Mas querem saber por que sou tão contra perfis pré-conceituados? Porque ninguém se enquadra neles! São padrões idealizando pessoas perfeitas, e graças a Deus só ele é perfeito. E isso me faz voltar a elas, as sete mulheres com as quais trabalho, quase uma casa das sete mulheres, e só por ironia do destino, ou não, o sete é o número da perfeição.
Dessa forma, seria um sacrilégio, um insulto a essa obra de Deus, se eu chegasse diante delas com uma revista qualquer e lesse o trecho que estaria descrevendo como deveria ser a mulher que todo homem sonha, nenhuma delas se encaixaria por completo, uma vez que esse modelo de perfeição só existe mesmo nas páginas das revistas, nos poemas de Tomás Antônio Gonzaga e nos Contos de Fadas. Pior ainda seria se elas tomassem como verdade aquelas palavras e resolvessem seguir aquele padrão. Seria um desastre, bocejo só de imaginar sete mulheres todas iguais e “perfeitas”, que tédio! Ainda bem que se eu fizesse isso (só pra constar: eu jamais faria isso, heim!) elas não me levariam a sério, já que, não sei por que, quase nunca elas me levam a sério (rsrsrs).


Agora, sabe o que acho mais interessante nelas, são todas completamente DIFERENTES, tanto em seus feitios físicos como na personalidade, não escondo que elas possuem suas semelhanças, mas são suas diferenças que as tornam, especialmente lindas. E feliz daquele homem que descobrir na mulher qual a característica, por mais sutil, que a faz ser única pra ele.


Ah! Se elas soubessem o poder que tem sobre nós homens, paravam de ler essas revistas e começariam escrevê-las, mas não espalha isso não que é segredo.



Essa é uma crônica de ficção e fantasia.
Toda e qualquer semelhança com fatos
e/ou nomes reais é mera coincidência ;)


terça-feira, 24 de agosto de 2010

Mombojó

Comecei a ouvir hoje a banda Mombojó, de cara já gostei da primeira música:

"Mesmo quando fico triste tento sorrir
Sinto não ser dos mais saudosistas
Qualquer caminho sou eu..."

sexta-feira, 20 de agosto de 2010

Sobre a Paz


(lendo ao som de Blues do Elevador - Zeca Baleiro - fica mais contextualizado...)


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Dia desses descobri que não desejo Paz, aquela em que tudo está calmo, rotineiro e quietante.
Descobri que essa paz me entedia, me aliena, me torna um zumbi de um exército que a muito anda sobre essa terra.
Boa paz é aquela que inquieta a alma, que instiga, que acende, que corrói, que queima!
Uma paz que te faz buscar além...
Faz querer, saber, ousar sempre mais!

Aquela paz que te faz deitar no travesseiro e dar a sensação de dever cumprido
Ou pelo menos de uma etapa planejada, uma dúvida solucionada ou até mesmo outra dúvida que acaba de nascer ao se deitar no travesseiro

O que quero dizer com isso tudo é que paz de espírito, como a gente aprende, não é boa. É algo que não se deixa pensar nem questionar, não se pode inquirir, só se dizer “sim senhor!”.
Não Pense! Não reaja! Não se inquiete com essas coisas tão pequenas! Não mude! Não saia da rotina!

Abaixe a cabeça e viva sempre mirando o chão, não queira jamais saber, sequer olhar, quais fenômenos ou divindades que se escondem por de trás daquele belo por do sol que você ignora por estar admirando o continuo andar estático dos seus pés!


Escrito em meados de dezembro de 2009.

Sílvio Rodrigo

terça-feira, 17 de agosto de 2010

Calango Punk



Retomo as atividades divulgando nossa galera do pedal:
Os Calangos Punks!

Pra quem não nos conhece, dê uma olhada no site:
http://www.calangopunk.xpg.com.br/


\m/
Depois de alguns dias, poucos por sinal, sem postagens, acho que estou de volta. Sá acho também, porque a dúvida é o preço da pureza e é inútil ter certeza! ;)